O meu sistema é nervoso

Eu quero colo , só isso! Uma vez na vida ter colo e não ser .Quero , porque tenho uma incrivel capacidade de complicar as coisas quando tudo vai bem e também porque sou filha de pais dramáticos , então acredito que seja genética essa coisa de não deixar fluir , se desesperar e tornar tudo uma grande novela mexicana.

Vida adulta , finalmente nos encontramos , frente à frente e tua cara que eu achava ser séria e sem graça , é na verdade cheia de dúvidas e cansaço .Dúvidas , porque morro de medo de não consilhar tudo , a faculdade ,com o trabalho , com namoro , com família , com amigos .E cansaço , porque tudo isso exige tempo , que é coisa que eu não tenho.

Sinto que meus 1 m e 64 cm são pequenos demais para tudo isso que vive dentro de mim , é como aquela caixinha que eu deixo na gaveta ,qualquer dia ela estoura de tantas cartas , bilhetes e cartões .Qualquer dia eu estouro , é essa minha fome de fazer tudo dar certo , de ser bem sucedida , de não aceitar o fracasso , essas minhas inquietações , essa minha corrida diária que ninguém consegue acompanhar.

Tem ficado sempre aquela péssima sensação de dever não cumprido . É uma alto exigência cruel demais e por mais que eu saiba e sinta isso , não é que nem chiclete que se bota fora , é como tatuagem . E se já não fosse difícil o suficiente de conviver com as minhas cobranças internas , elas atingem todos a minha volta e a cada nova crise escuto da mesma pessoa:"como tu é dificil , nunca tá satisfeita!" E é exatamente isso , nunca estou satisfeita , é uma busca louca por coisas que nem sei se quero realmente .

O trabalho exige disposição , a faculdade pede tempo e dedicação , sinto saudade das tardes sem fazer nada com meu namorado , do almoço da minha vó , de ver o programa do Jô com a minha mãe , saudade das reuniões de fofocas com as minhas amigas , saudade de mim e do tempo que era fácil essa coisa de vida. Se precisar de algo , por favor, entre em contato e marque uma hora , estarei disponível dentro de alguns anos.

Atualmente a sensação é de medo . Medo de estar tão cansada e envolvida com mil coisas e deixar passar os pequenos momentos que realmente valem à pena , os momentos simples que viram as grandes lembranças. Inevitável vida adulta não me torne tão burra , medíocre e sem tempo para as coisas que importam de verdade.

Releituras da vida!

Incrivel , como estamos sempre em fase de adaptação e em busca de novos objetivos , outras inquietações , somos sempre o irmão mais velho rindo dos planos infantis do caçula , sem perceber que ontem pensavamos da mesma forma . Na verdade , fomos criados para idealizar e planejar , e será sempre assim . Quando você para de buscar coisas novas e outros desafios , se acomoda e também perde um pedacinho do ser humano que se é. Mas engraçado mesmo , fora rir do irmão caçula , é lembrar das presepadas infantis , que não se distinguem muito das atuais presepadas.


No auge dos meus 5 anos , eu amava dançar É o Tchan (atire a primeira pedra quem nunca dançou na boquinha da garrafa) , porém o interessante é contar que o meu sonho era ser a nova loira do Tchan e achava sim que isso era uma profissão séria e respeitada.Com 7 anos , aí ja dentro de um padrão , eu brincava de professora , inclusive tenho algumas bonecas e ursinhos de pelúcia alfabetizados graças as minhas longas tardes de aulas dedicadas à eles , ensinar era um dom nato. Já com uns 8 anos , tive um caderno de desenhos e ali ( com meu amadorismo infantil ) , eu projetava plantas de casas e suas decorações , optei pela arquitetura , afinal era um dom nato.


Crescendo um pouco mais , descobri minha real vocação . No auge , da febre do karaokê , decidi que seria cantora , mesmo com essa minha bela voz de pato gripado , porque era realmente um dom nato. Por alguns anos da minha adolescência , pensei seriamente em não fazer nada e ser patrocinada eternamente pelo meu pai , afinal o ócio não era tão ruim assim. Logo depois , cai na real e voltei a pensar na fatídica pergunta: O que eu vou ser quando crescer? Então , por uma súbita e desconhecida vontade , quis ser enfermeira , até o dia que um amigo teve fratura exposta na perna. Definitivamente , meus planos com a enfermagem acabaram naquele mesmo dia.


Estava enfim no ano do vestibular e eu , como outros milhões de cabeças ocas por volta dos 17 anos , tive que escolher com toda minha "maturidade" , que profissão escolher , talvez para o resto da minha vida. Por uma série de influências e pensamentos equívocados , decidi ser jornalista esportiva e optei por prestar vestibular para Ed.fisica , este também era um dom nato. Porém , por incompetência , sorte , azar , destino , sei lá , acabei por cursar Direito . Sim , aquele mesmo , cheio de livros , leis , teorias , processos e gente arrogante e por incrível que pareça gosto de tudo (ou quase tudo)isso . Não tenho certeza se nasci para o Direito e vice versa , só o velho e sábio tempo para responder , se é enfim essa a tal vocação que procurei durante todos esses anos , porém espero que sim , que realmente seja um dom nato e que eu encontre finalmente a minha realização profissional. E se enfim , nada der certo , quem sabe abro um buteco.


Contudo , aprendi que o importante mesmo é estar em constante releitura própria e ir descobrindo os caminhos sem um mapa seguro e mesmo com todo o tumulto em volta , estar feliz pelo simples fato de ser. E afinal não é tão ruim assim , para quem queria ser a nova loira do Tchan.

"Segura o tchan

amarra o tchan

segura o tchan ,

tchan , tchan , tchan"

(Cumpadre Washington)

Domingão do Faustão!

E esse tempo que não abre e esse sol que não aparece , as vezes acho que o Sul esta sendo castigado ou coisa do tipo , outras vezes tenho certeza. Infelizmente , por mais que eu force a visão não consigo enxergar o verão no fim do túnel. Eu não nasci para viver dentro , eu nasci para viver lá fora , mas como sair se o tempo não ajuda ?Definitivamente não tenho vocação para conviver com lareiras , filmes , edredons e comilanças por muito tempo . Sim , uma ou duas vezes ao ano até seria gostoso , mas já chega , cansei da brincadeira de esquimó!


Quanta bobagem acumulada , mas hoje é domingo , mais conhecido como Domingão do Faustão , então dá um desconto! Se tem um ex gordo que usa roupas bregas e há mais de 10 anos mantém um programa neste dia só falando bobagens , porque eu nobre mortal que escreve nesse humilde blog , não pode escrever umas asneirinhas também?


O domingo talvez seja sempre tão decadente , porque é justamente nele que tu acaba percebendo que o tempo voa e você amigão , assim como eu , está ficando velho! É aquela sensação estranha "puts já é domingo de novo!?". Digamos , que o tempo voando não é um dos meus dramas preferidos , mas por vezes , me assusto em já ter vivido duas décadas , ou quando nem passa pela cabeça das crianças de hoje o que foi Tv Colosso , ou quando tenho lapsos de falta de memória ( seria o alzheimer ? ).Alias, outro aspecto que não favorece muito o domingo , é que ele é a preparação para a fatídica segunda feira , aí por mais que ele se esforce , fica dificil de se tornar interessante .


Enfim , que mais essa semana venha e seja cheia de disposição e coisas boas para todos nós , que a caduquice venha mas que não seja muito severa , que façam um remake da cachorra Priscila e sua turma e que os dias frios não levem o meu bom humor!


Me desculpem pelas bobagens pouco inspiradas no meu domingo , porém deixo vocês com essa sábia reflexão do querido Faustão:"Ô loco meu!"

Nem falo nada , só tomo o meu café.

Por anos tive o péssimo hábito de não ter filtro entre o que eu pensava e o que saia na minha boca , e falava sim toda e qualquer bobagem que me viesse a cabeça. Entretanto , hoje não é que na minha cabeça não passem mil e cinquenta possibilidades , mas o que eu falo e principalmente para quem eu falo, anda meio limitado e preguiçoso.

Ou melhor , anda mais seletivo , se antes os comentários e as fofoquinhas me estressavam , hoje é meio que uma estação oca , tipo "total preguiça de gastar meu intelecto contigo". Parece muito que as criticas ruins e alheias não passam pela minha bolha protetora. E a minha irritação com certas coisas se transformou em sorrisinho e "uhum ".É um estado meio zen de total abstração da ignorância alheia.

As vezes , parece sim que estou meio fechada para os outros , talvez seja. Mas é que em determinado momento da vida ,as pessoas te cansam e os teus amigos ( de verdade) te bastam tanto , que acaba que voce não tem necessidade de buscar qualquer coisa fora dos teus relacionamentos . A fase atual é de preguiça das pessoas , principalmente da categoria idiotas, que não me acrescentam nada. Não é que eu não queira ser legal e manter um diálogo, é que eu não gosto mesmo da pessoa . Fato!

Em diversas situaçoes eu nem falo nada e só tomo o meu café. Ah o meu café , um dos presentes da faculdade , ele se tornou meu maior confidente. Sim , diversas vezes eu cito o meu café amargo, porque ele é efetivamente , na maioria das vezes , uma companhia mais agradável que muita gente.

Esse texto esta se encaminhando para a sociopatia , mas veja bem , minha intenção não é mostrar meu lado negro e sim minha vontade de mandar toda a hipocrisia que anda me rondando catar coquinhos.

Não falo nada e só observo a ignorância , a falta de noção , a falsidade das pessoas . Vai fingindo ai amigão , que eu finjo aqui que acredito! Enfim , ando chata e critica demais , tenho essa noção ,mas é que entre outras coisas meus textos são desabafos e eu precisava desabafar e ainda prestar essa homenagem ao meu café diário , meu fiel amigo !

" - Eu queria propor-lhe uma troca de idéias...

- Deus me livre! "

(Mário Quintana)

"Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos." ( Fernando Pessoa )

Quero de volta!

A faculdade é a redenção , é onde tu finalmente encontra pessoas sociáveis , maduras , interessantes , que realmente tenham a ver contigo , certo ? Infelizmente , não! Pelo menos para mim.

Incrivel , todo mundo reclama do colégio , que é um saco estudar fisica sendo que tu quer ser advogado e coisas do tipo , a torcida é que os anos corram , que a matemática finalmente cresça e resolva seus problemas sozinha , que as provas sejam fáceis e que os professores facilitem as coisas para que enfim você veja seu lindo nome em uma lista e conheça o tão desejado , sonhado , idealizado mundo universitário.

Mais uma vez , a teoria sempre se faz bonita . Quando finalmente , após longos anos estudando coisas inúteis como hipotenusas , catetos , tabela periódica e a reprodução da minhoca , você merece um descanso , uma recompensa , um troféu dos seus pais até . Finalmente , você vai ser recompensado e conhecer universitários interessantes , pessoas que entre muitas outras coisas compartilham o mesmo interesse pelo curso ,que gostem das mesmas coisas que você , que sejam parceiras , que tenha os mesmos gostos , hábitos e assuntos , que sejam divertidas , que te impressionem , te surpreendam , enfim você vai largar de vez esse termo adolescente , essas espinhas , e o uniforme do colégio e vai trocar tudo por um mundo maduro e perfeito que é a tal universidade .

Aí você acorda amigão e percebe que não se chama Alice e muito menos esta no Mundo das Maravilhas , tudo que você achava que ia encontrar é só fantasia e o mundinho perfeito que um dia você chegou a idealizar , não existe. No inicio , somos todos amigos bêbados , loucos por churrascos e festas , aí vem as provas , as cobranças , as 530 páginas para segunda , os trabalhos infinitos , a competição , as desavenças e finalmente nem mais o "bom dia" se faz presente.

É óbvio que não idealizei tanto assim esse mundo que fui apresentada a quase 2 anos , mas eu confesso que fui bem otimista e acreditava que fosse pelo menos um pouquinho melhor. Claro , esse é o meu ponto de vista e a faculdade pode ser sim um lugar maravilhoso como eu acredito que seja para muitos .E eu queria essa sorte de encontrar nas pessoas pontos em comum , bom humor , assuntos produtivos , inteligência , o mínimo de cordialidade e parceria , mas não. Acumulo apenas algumas pessoas queridas e não mais que conhecidos, o termo colega nunca evoluiu . E eu sinto falta de um termo amigo e de me identificar com alguém sinceramente e vice e versa.

Talvez , isso tenha acontecido porque só depois que cheguei na faculdade e conheci pessoas novas , descobri que o que eu procurava na verdade sempre esteve comigo, durante longos anos no colégio. Demorei tempo demais para entender que o que eu gostava mesmo era do lanchinho na hora do intervalo , da brincadeira , da parceria , das piadas sempre fora de hora , dos códigos , dos bordões , das musiquinhas toscas , das histórias sem fundamento , das viagens escolares , dos bilhetinhos , enfim das coisas todas que vem no pacote do colégio , não por tudo e sim porque eram as pessoas ideais para mim.Se o tempo pudesse voltar nem ia me importar com as fórmulas para saber a área do trapézio , juro que não reclamaria tanto das aulas de quimica e seria até boazinha com a matemática. Meus poucos , bons e grandes amigos estão sempre comigo , mas sinto que um pedacinho disso tudo ficou lá nos tempos do colégio.

Tudo isso que foi dito na verdade quer dizer : Sinto falta da minha turma do colégio, vocês sim eram legais!

"Você gostaria de ter um amor que fosse estável, divertido e fácil. O objeto desse amor nem precisaria ser muito bonito, nem rico. Uma pessoa bacana, que te adorasse e fosse parceira já estaria mais do que bom. Você quer um amor assim. É pedir muito? Ora, você está sendo até modesto.O problema é que todos imaginam um amor a seu modo, um amor cheio de pré-requisitos. Ao analisar o currículo do candidato, alguns itens de fábrica não podem faltar. O seu amor tem que gostar um pouco de cinema, nem que seja pra assistir em casa, no DVD. E seria bom que gostasse dos seus amigos. E precisa ter um objetivo na vida. Bom humor, sim, bom humor não pode faltar. Não é querer demais, é? Ninguém está pedindo um piloto de Fórmula 1 ou uma capa da Playboy. Basta um amor desses fabricados em série, não pode ser tão impossível.Aí a vida bate à sua porta e entrega um amor que não tem nada a ver com o que você queria. Será que se enganou de endereço? Não. Está tudo certinho, confira o protocolo. Esse é o amor que lhe cabe. É seu. Se não gostar, pode colocar no lixo, pode passar adiante, faça o que quiser. A entrega está feita, assine aqui, adeus.E agora está você aí, com esse amor que não estava nos planos. Um amor que não é a sua cara, que não lembra em nada um amor idealizado. E, por isso mesmo, um amor que deixa você em pânico e em êxtase. Tudo diferente do que você um dia supôs, um amor que te perturba e te exige, que não aceita as regras que você estipulou. Um amor que a cada manhã faz você pensar que de hoje não passa, mas a noite chega e esse amor perdura, um amor movido por discussões que você não esperava enfrentar e por beijos para os quais nem imaginava ter tanto fôlego. Um amor errado como aqueles que dizem que devemos aproveitar enquanto não encontramos o certo, e o certo era aquele outro que você havia solicitado, mas a vida, que é péssima em atender pedidos, lhe trouxe esse e conforme-se, saboreie esse presente, esse suspense, esse nonsense, esse amor que você desconfia que não lhe pertence. Aquele amor em formato de coração, amor com licor, amor de caixinha, não apareceu. Olhe pra você vivendo esse amor a granel, esse amor escarcéu, não era bem isso que você desejava, mas é o amor que lhe foi destinado, o amor que começou por telefone, o amor que começou pela internet, que esbarrou em você no elevador, o amor que era pra não vingar e virou compromisso, olha você tendo que explicar o que não se explica, você nunca havia se dado conta de que amor não se pede, não se especifica, não se experimenta em loja – ah, este me serviu direitinho!Aquele amor corretinho por você tão sonhado vai parar na porta de alguém que despreza amores corretos, repare em como a vida é astuciosa. Assim são as entregas de amor, todas como se viessem num caminhão da sorte, uma promoção de domingo, um prêmio buzinando lá fora, mesmo você nunca tendo apostado. Aquele amor que você encomendou não veio, parabéns! Agradeça e aproveite o que lhe foi entregue por sorteio."


Martha Medeiros.